sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Objeto não identificado intriga moradores em Goiás - era lixo espacial

[23 de março de 2008] Uma esfera, de cerca de um metro de diâmetro, caiu em uma fazenda, em Montividiu (GO), neste fim de semana. O objeto não era pesado e ficou amassado com a queda. Moradores da região não perceberam o momento em que a esfera apareceu. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acredita na hipótese de o material ser lixo espacial.

O produtor rural Sebastião Marques da Costa disse que a peça desconhecida estava quente quando foi encontrada. A esfera caiu a cerca de 150 metros de uma casa e atraiu muitos curiosos. Alguns ficaram com medo, outros se arriscaram a mexer e a dar palpites sobre a origem do objeto desconhecido.

Os técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foram ao local e tranqüilizaram a população, que estava com medo de se tratar de um objeto radioativo. O aparelho que mede a radiação não detectou nada.

O objeto foi transportado até a sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear, perto de Goiânia. No início, muitos cuidados, por causa de uma poeira que o material soltava. Mas o especialista em satélites, José Nivaldo Hinckel, enviado de São Paulo, explicou que o objeto pode ser um componente de um tanque de combustível, por exemplo, de um artefato espacial.

“A casca metálica é de titânio e o reforço externo é de fibra de carbono. Isso é muito comum em satélites", afirmou Hinckel. “O fato de o metal ter derretido localmente é indicação clara que isso tenha sido submetido a uma temperatura muito elevada e a temperatura provavelmente foi causada pelo atrito durante e reentrada. Essa é a indicação bem clara de que isso tem origem espacial", acrescenta.

Em 2001, um outro objeto de origem espacial despencou em uma região isolada de Mato Grosso do Sul. Na área, hoje existe uma pousada. O lixo espacial virou atração. “Eu peguei a bola e balancei um pouco. Tinha um líquido dentro. Quando vi o equipamento do pesquisador fiquei preocupado. Vi que poderia ter sido contaminado por radiação, mas eles mediram tudo e não tinha perigo", conta o funcionário Eduardo Jorge Correa.

O astrônomo Roberto Boczko explica que o maior perigo está lá no alto, para os astronautas que navegam em meio a um monte de lixo. Por exemplo: uma luva, perdida pelo astronauta Ed White, em 65, em uma caminhada espacial. “Uma luva andando a quarenta mil quilômetros por hora lá no espaço, se bater em uma estação espacial, fura", ressalta. “Eu não dormiria tranqüilo. A probabilidade de ser atingido é muito grande".

O astrônomo afirma que o lixo espacial que cai na terra geralmente está em altitudes baixas, cerca de quinhentos quilômetros. Nessa região ainda resta um pouco de atmosfera, que aos poucos vai "segurando" o satélite. Até que um dia ele cai. Muitos queimam quando se aproximam da terra. "Às vezes, um tamanho maior acaba conseguindo atravessar a atmosfera inteira. Imagine um fragmento desses extremamente aquecido caindo em um depósito de combustível pode causar uma tragédia razoavelmente grande", destaca Boczko.

Como os oceanos ocupam 75% da Terra, a chance é de 75% de o lixo espacial cair no mar। "É acreditar na sorte mesmo. Realmente é acreditar na sorte.”

Mais informações G1 Globo News
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